quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

TOMARA QUE CHOVA TRÊS DIAS SEM PARAR!

"Tomara que chova
três dias sem parar!

A minha grande mágoa
É lá em casa não ter água
E eu preciso me lavar!

De promessa eu ando cheia
Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar;
Trabalho não me cansa,
Me cansa é tentar!
Se lá em casa não tem água nem pra cozinhar."

                     Velhos tempos em que Emilinha Borba, a querida cantora (1923-2005)  pedia chuva de três dias, no trecho do filme "Aviso aos Navegantes", de 1950, como está abaixo no vídeo do youtube... Hoje a gente pede é pra não chover demais, a ponto de matar tanta gente como aconteceu na REGIÃO SERRANA DO RIO, bem agora no começo de 2011. Lamentamos profundamente a ocorrência das tragédias em Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Tinguá e arredores. São tantas as histórias de tristeza, coragem, garra, doação, solidariedade que jamais serão esquecidas.
                     Mas em se tratando de CHUVAS E TEMPESTADES, o RIO DE JANEIRO tem um longo histórico. E muito pouco as autoridades fizeram ao longo dos séculos para evitar tantas perdas de vidas e de bens materiais. Há registros desde 1811, sim senhores, há 200 anos! Em 1811 desabou sobre o Rio de Janeiro uma tempestade, e a Corte Portuguesa já estava por aqui, fugida de Napoleão. O Príncipe Regente - D. João -, que tinha verdadeiro pavor de tempestades, se metia debaixo da cama com medo,  e nada se fazia... Talvez o único governante do Estado que realizou alguma coisa consistente foi o sr. Carlos Lacerda - removeu favelas, fez a elevatória de água do Guandu que resolveu em definitivo a crônica falta d'água que tinha a cidade do Rio, mandou construir o Aterro do Flamengo, dentre outras tantas obras de importância... mas vieram os temporais de 1966 e 1967, que arrasaram com o Estado e muita gente morreu naquela época... depois, mais enchentes brabas em 1988, de arrepiar os cabelos, ano passado (abril de 2010) mais águas cruéis, e , agora, logo no começo de 2011, mais água destruidora!

                    A COPPE/UFRJ, porém, tentou fazer a sua parte, com seminários sobre prevenção e controle dos efeitos dos temporais no Rio de Janeiro. Destes esforços, saiu publicado um livro que indico a sua leitura, "TORMENTAS CARIOCAS" (1ª edição 1997, COPPE/UFRJ, autores Luiz Pinguelli Rosa/Willy Alvarenga Lacerda, 162 p.); será que alguma autoridade do Estado e do Município do Rio de Janeiro leu este trabalho importante? Creio que já é hora de se fazer a lição de casa, em relação às costumeiras chuvaradas cariocas...

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